Manual Compartilhamento de Cuidado 1

Manual de Configuração e utilização do Compartilhamento de Cuidado no Sistema CELK

Sumário

Manual de Configuração e utilização do Compartilhamento de Cuidado no Sistema CELK 1

Introdução 2

2. Público-Alvo 3

3. Termos e Referências Normativas 3

4. Visão Geral do Fluxo 3

5. Requisitos Funcionais e de Permissão 4

6.1 Como Solicitar o Cuidado Compartilhado 4

6.2 Gestão do Cuidado Compartilhado (Acompanhamento) 5

6.3 Registrar Discussão (Execução pelo Executante) 6

6.4 Retorno do Solicitante e Finalização 7

7. Estados, Situações e Regras de Transição 7

8. Auditoria e Histórico 7

9. Conclusão 8

Introdução

A ferramenta de Compartilhamento de Cuidado tem por finalidade sistematizar a troca de informações dentro do Sistema Celk e formalizar o fluxo de apoio profissional entre membros da equipe de Atenção Primária à Saúde (APS) e Equipes multiprofissionais (eMulti/NASF). A funcionalidade permite que profissionais que atendem individualmente os pacientes através da tela Atendimentos (266) solicitem suporte de outros profissionais da equipe multiprofissional para discussão clínica, orientação, teleconsultoria ou encaminhamento de condutas.

A teleconsultoria é um recurso consolidado dentro das estratégias de telessaúde do SUS, sendo definido pela Portaria GM/MS nº 2.546/2011 como uma consulta registrada entre trabalhadores, profissionais e gestores da saúde, realizada por meio de instrumentos de telecomunicação, com o objetivo de esclarecer dúvidas clínicas, de procedimentos ou do processo de trabalho. Que podem ser Assíncronas (mensagens off-line com resposta em até 72 horas, ou Síncronas (tempo real, por videoconferência ou chat).

No contexto do Sistema Celk, a integração com teleconsultoria expressa-se por meio do Compartilhamento de Cuidado, que vai além da simples consulta entre profissionais. O sistema permite o registro das interações com colegas da equipe multiprofissional dentro do fluxo de atendimento. Isso possibilita:

  • Registro estruturado das solicitações, devolutivas e finalizações clínicas;

  • Execução de discussões clínicas que podem equivaler a teleconsultorias síncronas ou assíncronas;

  • Rastreamento e auditoria de todo o processo, gerando fichas padronizadas compatíveis com o modelo e-SUS APS;

  • Melhoria da resolutividade clínica local, alinhada com as diretrizes da APS.

Embora o suporte clínico entre profissionais já seja praxe nas rotinas da APS, muitas vezes é realizado por ferramentas informais — como mensagens via WhatsApp, e-mail ou ligações — o que compromete a rastreabilidade e a qualidade da gestão pelos órgãos de saúde. A adoção do Compartilhamento de Cuidado no Celk assegura que essas trocas sejam registradas de forma uniforme, auditável e integrada aos sistemas oficiais, aumentando a segurança jurídica, a qualidade clínica e facilitando o gerenciamento e a avaliação pelos gestores.

2. Público-Alvo

  • Profissionais de saúde da APS (ESF, ESB, EAP, Equipes Multiprofissionais).

  • Analistas e técnicos responsáveis pela configuração do sistema.

  • Equipe de implantação/treinamento.

3. Termos e Referências Normativas

O processo de construção do Cuidado Compartilhado dentro do sistema Celk, seguiu as diretrizes do Manual do e‑SUS APS — Capítulo “Compartilhamento do Cuidado” (orientações de funcionalidade, visualização e condutas clínicas). Além do Dicionário técnico do e‑SUS APS — Ficha de Cuidado Compartilhado (estrutura e campos obrigatórios para integração).

Alguns termos utilizados:

  • Solicitante: profissional que inicia o compartilhamento do cuidado.

  • Executante: profissional convidado para emitir devolutiva/conduta.

  • Ficha Mãe (Cuidado Compartilhado): primeiro registro gerado ao final do atendimento que originou o compartilhamento.

  • Ficha Item / Evolução: cada interação (discussão) registrada como evolução do cuidado compartilhado.

  • Prioridade: Classificação clínica do caso (baixa, média, alta, muito alta).

  • CBO: Classificação Brasileira de Ocupações, usada para filtragem de profissionais.

4. Visão Geral do Fluxo

Fluxo resumido:

  1. Solicitação (durante atendimento - tela 266): O profissional identifica necessidade de apoio e aciona o nó Compartilhar Cuidado.

  2. Preenchimento da solicitação: formulário com resumo do caso, prioridade, problemas/condições e escolha do executante (ou filtro para selecionar executantes possíveis).

  3. Geração da Ficha Mãe: ao salvar o atendimento, o sistema gera a ficha mãe e cria o Cuidado na tela Gestão do Cuidado Compartilhado.

  4. Notificação ao executante: envio de mensagem interna do tipo “Você recebeu uma solicitação de Cuidado Compartilhado”.

  5. Execução (executante): o executante acessa a nova tela (Gestão do Cuidado Compartilhado), abre o caso, registra discussão/conduta, podendo reclassificar prioridade, trocar profissional de referência ou realizar ações.

  6. Geração da Ficha Item / Evolução: cada intervenção gera uma evolução registrada e retorna o status para o solicitante quando aplicável.

  7. Retorno e possíveis novas trocas: o solicitante analisa a devolutiva, pode responder, encaminhar a outro executante ou finalizar.

  8. Finalização: O processo quando finalizado, consolida todas as iterações e gera uma ficha, que imediatamente será liberada envio ao e‑SUS através da tela Integração E-sus (776) e o histórico fica arquivado no prontuário (Consulta Prontuário 335).

5. Requisitos Funcionais e de Permissão

Regras de acesso:

  • Somente profissionais das equipes ESF, ESB, EAP e EMULT (eMulti/NASF) poderão solicitar o compartilhamento do cuidado.

  • Executantes devem pertencer à APS e estar vinculados à equipe eMulti.

  • Usuários com perfis ADM ou MASTER terão permissão para visualizar todos registros no módulo Gestão do Cuidado Compartilhado; usuários normais só visualizarão casos nos quais participaram (solicitante ou executante) — exceto se a permissão específica for concedida.

Validações obrigatórias:

  • O campo CBO do formulário de abertura, irá listar apenas tipos de profissionais que fazem parte da equipe eMulti.

  • O solicitante só poderá editar/remover a sua própria solicitação enquanto o status permitir.

Configuração necessária:

  • O Compartilhamento de cuidado somente será possível a usuários que possuem um Perfil profissional vinculado.

  • Deve existir o nó COMPARTILHAR_CUIDADO configurado nos atendimentos, para permitir a Solicitação do Cuidado.

  • Parâmetros de permissão ou subclassificação por perfis de usuários poderão ser criados para controle fino por profissional (ex.: subclassificação “Profissional”).

6.1 Como Solicitar o Cuidado Compartilhado

  1. Acesse a tela Atendimentos (266): inicie o atendimento normalmente com o seu usuário.

  2. Localize o nó “Compartilhar Cuidado”: no menu lateral do atendimento.

  1. Clique em “Solicitar Compartilhamento do Cuidado”: essa ação abrirá o formulário de solicitação.

  1. Preencha os campos obrigatórios:

  • **Tipo de Ficha Origem:**O atendimento que você está registrando neste momento, se refere a: Um atendimento Domiciliar, Atendimento Odontológico, um registro de procedimento ou um atendimento individual? Escolha a ficha correspondente.

  • CBO: Escolha o tipo de profissional que será realizado a solicitação de auxílio. Ex: Necessito de uma avaliação de um nutricionista, educador físico, etc.

  • Profissional executante: escolha na lista filtrada de acordo com CBO escolhido no passo anterior, qual dos profissionais você irá solicitar o compartilhamento de cuidado, apenas profissionais vinculados a E-Multi aparecem nesta listagem.

  • Problemas/Condições (CIAP ou CID): descreva a hipótese diagnóstica ou condição identificada.

  • Prioridade: selecione a classificação (baixa, média, alta ou muito alta).

  • Discussão do caso clínico: registre de forma concisa as informações necessárias para o colega compreender o contexto.

  • Consentimento do paciente: confirme que o paciente autorizou o compartilhamento das informações.

  1. Clique em “Salvar/Enviar”: finalize a solicitação.

O que acontece após o envio:

  • O sistema cria automaticamente a Ficha de Cuidado Compartilhado.

  • O item passa a constar na tela Gestão do Cuidado Compartilhado, com status inicial Aberto.

  • O executante escolhido recebe uma mensagem interna: “Você recebeu uma solicitação de Cuidado Compartilhado”.

Edição e Remoção:

  • Apenas o profissional solicitante pode editar ou remover a solicitação, e somente enquanto o status permitir.

6.2 Gestão do Cuidado Compartilhado (Acompanhamento)

Onde acessar: Unidade Saúde → Atendimentos → Cuidado Compartilhado.

Na tela de Gestão, você encontrará filtros para localizar os registros:

  • Profissional Solicitante.

  • Profissional Executante.

  • Paciente.

  • Situação do Atendimento (Aguardando / Concluído / Respondido).

Regras de visualização:

  • Usuários comuns visualizam apenas os casos em que atuaram como solicitante ou executante.

  • Perfis ADM e MASTER podem visualizar todos os registros.

Colunas exibidas na listagem:

  • Paciente (nome completo).

  • Prioridade (última prioridade registrada).

  • Tempo (quanto tempo o caso está aguardando resposta).

  • Chegada (data de abertura).

  • Data do Atendimento.

  • Profissional Solicitante.

  • Situação atual (Aguardando / Concluído / Respondido).

Ações disponíveis:

  • Registrar Discussão (botão verde): usado para responder ou registrar conduta. Só aparece quando o usuário tem permissão para a próxima ação.

  • Lupa (visualizar): abre o histórico completo das discussões.

  • Cancelar: Somente o profissional solicitante pode excluir ou cancelar uma solicitação de cuidado compartilhado.

Os registros são listados em ordem decrescente pela data de abertura (os mais recentes aparecem primeiro).

6.3 Registrar Discussão (Execução pelo Executante)

Como acessar: O Profissional executante, acessa a tela de Gestão, e clica em Registrar Discussão (botão verde) no caso desejado.

A tela está dividida entre Dados da Solicitação do Cuidado Compartilhado, que possui os dados inseridos pelo profissional que solicitou o compartilhamento do Cuidado.

O campo Reclassificar, permite que seja escolhido uma nova classificação para este compartilhamento de cuidado, quando aplicável.

O campo Conduta e Devolutiva da Discussão do Caso, permite que seja registrado um tipo de devolutiva para a situação. Este é um campo de preenchimento obrigatório.

Existem os seguintes tipos de conduta para os casos:

  • Pedido de esclarecimento: Solicite informações adicionais; o retorno será para o último profissional solicitante.

  • Teleconsulta: Compartilhe sua análise do caso; o retorno será para o último profissional solicitante.

  • Recondução do Cuidado: Esta conduta, deve ser utilizada quando você acreditar que o Caso não se enquadra em uma solicitação de compartilhamento de cuidado. Encaminhe o caso de volta ao profissional que iniciou o compartilhamento de cuidado.

  • Trocar profissional de referência: Ao selecionar este campo, habilita o último quadro, denominado “Trocar profissional Referência” e deve ser utilizado quando você acreditar existir outro profissional mais adequado para conduzir este cuidado.

Assim como na abertura, também será necessário escolher o CBO e o Profissional para enviar o Cuidado Compartilhado.

Campos adicionais quando necessário:

  • Consulta Prontuário: direciona para a tela de prontuário do paciente, respeitando as regras de visualização por CBO.

Regras de retorno:

  • Se a devolutiva for Pedido de Esclarecimento ou Teleconsulta, o caso retorna automaticamente para o solicitante.

Após salvar:

  • É gerada uma Ficha de Cuidado Compartilhado Item (Evolução) vinculada à Ficha Mãe.

  • O status muda para Aguardando Retorno do Solicitante (quando aplicável).

  • O solicitante recebe a mensagem: “Você recebeu o retorno da sua solicitação de Cuidado Compartilhado”.

Sobre a prioridade:

  • O executante pode reclassificar a prioridade do cuidado.

  • As discussões anteriores ficam registradas com a prioridade definida à época e não podem ser alteradas (histórico imutável).

6.4 Retorno do Solicitante e Finalização

Etapas para o solicitante:

  1. Após receber a notificação de retorno, acesse a tela de Gestão e localize o cuidado.

  2. Escolha entre:

  • Registrar uma nova discussão (responder ao executante) e prosseguir com o compartilhamento de cuidado.

  • Encaminhar para outro profissional (Trocar Profissional de Referência).

  • Finalizar o Cuidado Compartilhado.

Finalizando o cuidado:

  • Ao clicar em Finalizar, o sistema gera a Ficha Final, consolidando todas as interações do caso.

  • Essa ficha será enviada ao e‑SUS quando o tipo de ficha for selecionado na integração Esus na tela Integração Detalhada e-SUS AB (776).

  • Poderá ser consultada na tela Consulta Ficha Cuidados Compartilhados (1198).

  • O cuidado é movido para o histórico e também fica disponível na tela Consulta do Prontuário (335) do paciente.

7. Estados, Situações e Regras de Transição

Estados mínimos:

  • Aguardando: última interação foi do solicitante e o caso aguarda resposta do executante.

  • Respondido: apresentado quando o usuário interagiu no caso (última interação do executante).

  • Concluído: caso finalizado pelo solicitante (Ficha Final gerada).

Regras:

  • O sistema deve exibir um contador de horas quando o status for Aguardando, indicando tempo de espera.

  • O botão Registrar Discussão somente será ativo se o usuário tiver permissão para a próxima ação (controle por status e perfil).

8. Auditoria e Histórico

  • Todas as interações (solicitação, discussões, reclassificações, trocas de profissional e finalização) devem ser registradas com carimbo de data/hora e usuário.

  • Discussões antigas não podem ser alteradas; visam conservar o histórico clínico.

  • O histórico completo deve estar visível via modal (lupa) na Gestão e na Consulta do Prontuário (335).

9. Conclusão

O módulo Cuidado Compartilhado no Sistema Celk representa um avanço importante para o trabalho em equipe dentro da Atenção Primária à Saúde. Ao possibilitar que profissionais solicitem apoio, compartilhem informações clínicas e registrem condutas de forma estruturada, o sistema fortalece a integralidade do cuidado e promove maior resolutividade para os pacientes.

A adoção dessa funcionalidade contribui para:

  • Favorecer o trabalho multiprofissional e interdisciplinar.

  • Garantir rastreabilidade e transparência nos registros clínicos.

  • Aumentar a qualidade das decisões clínicas por meio da troca de saberes.

  • Atender às exigências normativas do Ministério da Saúde e do financiamento da APS.

Com a utilização correta do fluxo, desde a solicitação até a finalização, os profissionais conseguem registrar cada etapa com segurança, mantendo histórico completo no prontuário do paciente e garantindo a conformidade com o e-SUS APS. Além disso, o uso das mensagens internas e da tela de Gestão permite maior organização das demandas e agilidade nas respostas.

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